“Acreditamos que os pais são eternos, imutáveis, que estarão próximos quando surgir a necessidade. Mas eles adoecem e morrem. É uma fatalidade inevitável, não há como parar a idade, recuar o fim. Se é certo que os pais um dia vão adoecer e partir, por que não organizamos a nossa vida para acolhê-los? Por que não assumimos sua gestação? Por que não reduzimos o ritmo da carreira para darmos sentido para os seus últimos dias?”, escreve o autor. Dez mandamentos do filho com a velhice dos pais:
1- Não permita nunca que os seus velhos pais sejam mendigos de seu afeto. Que não demore dias para retornar a ligação.
2- Que não marque e desmarque encontros, que não dê desculpas do excesso de trabalho. Não torture com a esperança. Não prometa para mudar de ideia em cima da hora. Cumpra aquilo que foi agendado.
3- Que não compre brigas tolas com os irmãos, porque sobrará sempre para os pais aguentar as lamúrias dos dois lados, resolver as diferenças e encontrar a paz.
4- Não minta sob o pretexto de poupá-los do sofrimento. Divida a dúvida.
5- Que confie na destreza dos pais em realizar as suas tarefas, não confunda lentidão com incapacidade.
6- Que mostre algo que aprendeu com eles, exercitando a saudade na presença.
7- Que não fique irritado ao ouvir as mesmas histórias, que ofereça paciência para descobrir novos detalhes das lembranças.
8- Que aceite conselhos, por mais divergentes que sejam da sua opinião. Não corte a conversa porque já imagina onde vai parar.
9- Que peça a benção. Que diga eu te amo.
10- Que, de longe, acene para a janela.”
(Do livro ‘Cuide dos pais antes que seja tarde’. Carpinejar. Bertrand Brasil, 2018)
“Ao ir embora, sempre olhe para trás e acene para eles. Ficarão felizes na porta ou janela da despedida. Vão perceber que você retribui a atenção”
Por: Fabrício Carpinejar
SOBRE O AUTOR:
Fabrício Carpinejar é poeta, jornalista e mestre em Literatura Brasileira pela UFRGS, além de coordenador e professor do curso de Formação de Escritores e Agentes Literários da Unisinos. Filho do casal de poetas Maria Carpi e Carlos Nejar, nasceu na cidade gaúcha de Caxias do Sul em 1972. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Maestrale/San Marco (2001), Açorianos (2001 e 2002), Cecília Meireles (2002), Olavo Bilac (2003) e Prêmio Erico Verissimo (2006). Carpinejar foi traduzido ao alemão e assinou contratos na Itália e na França. Participou de antologias no México, Colômbia, Índia e Espanha, e vem sendo aclamado por escritores do porte de Carlos Heitor Cony, Millôr Fernandes, Ignácio de Loyola Brandão e Antonio Skármeta como um dos principais nomes da poesia brasileira contemporânea.
Fonte da Pesquisa: www.google.com
Imagem: Foto Pessoal.
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