"Sendo pai ou sendo filho, o importante é criar memórias e fazer de nossas relações mais profundas.
Você já parou para pensar que, na maioria das vezes, o relacionamento entre pai e filho é uma via de mão única? Infelizmente, nós, filhos, muitas das vezes nos preocupamos mais em nos dedicar às nossas outras relações, como os amigos ou os namorados, e acabamos esquecendo que o amor entre pai e filho também precisa de cuidado e carinho.
Carregamos uma falsa ilusão de que, o amor constituído aos pais desde o nosso nascimento, é algo restrito e imutável, uma mera “obrigação”, onde nada é capaz de mudar tal sentimento. Mas, engana-se quem pensa assim. É preciso de um pouco de sensibilidade para notar que nossos pais são bem mais do que suas “posições” e tem muito mais a oferecer do que possamos imaginar.
Assim como qualquer outra relação, a de pai e filho também precisa ser construída diariamente, com carinho, amor e muito diálogo, antes que seja tarde demais. A cada dia que passa, menos tempo ficamos com eles, e, consequentemente, mais saudade deixamos em seus corações, especialmente da época em que dependemos deles para tudo, onde a troca era o mais simples e puro amor.
Não adianta sofrer e chorar quando eles partirem, enquanto nós, como filhos, não fizemos nada para mantê-los por perto. Sente com seus pais, converse com eles. Eles eram teimosos quando pequenos? Quais foram os seus primeiros amores? Qual eram suas notas na escola? Eram estudiosos? As perguntas mais simples e banais são as que mais deixamos de fazer, e isso nos afasta de suas profundidades, de saber qual a verdadeira essência daqueles que nos amaram incondicionalmente.
Aproveite enquanto ainda há tempo, cuide dos seus pais enquanto eles ainda estão aqui. Diminua o ritmo do trabalho para dar mais sentido aos últimos anos de vida deles. Conheça verdadeiramente. Pergunte. Saiba quem são. Conte suas histórias. Reviva memórias. São estes momentos singelos que ficarão para sempre em sua memória.
Pais conversem com seus filhos:
Assim como os filhos, às vezes, os pais também são ensinados que suas relações com os filhos são meramente destino: “Você nasceu como meu filho e permanecerá sempre assim”. Muito além do emprego cansativo, das aparências sociais ou de qualquer outra coisa que pareça ser importante, os pais precisam aprender a dividir com os filhos suas histórias, angústias e sonhos.
Não adianta fazer tudo o que eles querem ou dar tudo o que pedem, se sua presença não é constante. Se há apenas cordialidades dentro de casa, enquanto você não conhece verdadeiramente o filho que tem. Se seus compromissos no trabalho fazem você ficar longe deles, e quando tem tempo, aos fins de semana, se priva de assistir as notícias da televisão e não dá atenção a quem o chama. Bens materiais não se comparam com afeto, é preciso mais. Mais atenção. Mais diálogo. Mais momentos juntos.
Antes de vê-lo longe, antes dele seguir o próprio caminho e não ter tempo para você, assim como você nunca teve para ele, converse com seu filho. Se aproxime e crie conexões verdadeiras. Não deixe para conversar com ele quando parar de escutar. Faça antes! Segure firmemente em sua mão e ouça o que ele tem para falar. Conte suas histórias de adolescente e não se esqueça de perguntar o que está acontecendo em sua vida. Como estão os estudos? Qual música você tem escutado? Vamos sair para tomar um sorvete? A vida espera mais de nós, tanto como pai, quanto como filho.”
Fabricio Carpinejar, poeta, cronista e jornalista brasileiro.
Fonte da Pesquisa: O Segredo
Imagem: Foto Pessoal
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