Esse é o ponto onde
queremos chegar: os pais podem, sim, discordarem em alguns assuntos. O
problema começa quando um deles desautoriza o outro na frente do filho.
A
discordância entre os pais é saudável para a criança se esta vê que os
pais conseguem conversar e chegar a um consenso. O filho percebe que com
uma boa conversa, cada um cedendo um pouquinho, ouvindo os argumentos
da outra pessoa, se chega a um ponto em comum e tudo se resolve.
O que deixa a criança perdida e sem limites claros é o casal onde a discordância se transforma em desautorização.
É
o caso onde a mamãe não deixa o filho passear no parquinho porque tem
que fazer a lição de casa. Mas aí chega o papai do trabalho e autoriza a
criança ir ao parquinho sem consultar a mamãe ou por achar que mesmo
sem ter feito a lição a criança pode brincar. Isso cria um nó na cabeça
da criança na questão do "até onde vai o meu limite".
A
criança, principalmente dos três aos cinco anos, vai testar os pais até
conseguir o que quer. Ela se aproveita dessas situações para alcançar
seu desejo.
Se descobrir que com
o papai é mais fácil, espera a mamãe sair de perto e pede o que quer
para o papai. Se a mamãe é mais "coração mole", o pedido vai esperar o
papai sair. Agora, se é chorando ou fazendo um pouco mais de birra ela
consegue o que quer, pois é assim que a criança vai agir.
O
que fazer? O ideal é que os limites básicos a serem passados para a
criança devam ser discutidos antes entre o casal e depois serem
transmitidos para o filho, como doces antes das refeições, hora da lição
de casa, passeios, programas de televisão que os pequenos poderão
assistir, entre outros.
Se houver uma situação inusitada onde ainda não há um consenso, o melhor é conversar antes de dar uma resposta à criança.
Se
o papai não concordou com a atitude da mamãe, que deixou a criança
jogar vídeo game mesmo a criança estando de castigo, ele não deve
repreendê-la na frente da criança e, sim, chamá-la para uma conversa
longe do filho para chegarem a um acordo e isso não mais acontecer.
Se
há discussão na frente da criança, esta percebe que os pais não cedem
no seu ponto de vista e vai agir automaticamente assim na sua vida, não
abrindo mão dos seus desejos, olhando somente para si.
Não
podemos "unificar" pensamentos. Isso é uma utopia e completamente
abominável. Mas uma boa conversa pode reparar eventuais desequilíbrios
entre os pais, mostrando aos filhos que as pessoas têm pensamentos
diferentes, sem desrespeito e ouvindo outras argumentações.
Dica:
O
não deve ser não sempre. Se a mamãe ou papai não deixa dormir até mais
tarde, nem com birra ou choro a concessão deve ser feita.
Ninguém é perfeito, os pais erram também. Se vir que errou, não hesite em mostrar ao seu filho o erro e peça desculpas.
O exemplo é melhor do que as palavras. Mostrar aos filhos que uma boa conversa resolve tudo é melhor do que somente dizer."
Fonte da Pesquisa: Guia do Bebê.
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